Por Roberta Cáceres 

"A Estabilidade não é um privilégio, é uma garantia à sociedade", destaca presidente do Sindetran-MS sobre Reforma Administrativa

Em um momento crucial para o debate sobre a Reforma Administrativa no Congresso Nacional, o presidente do Sindicato dos Servidores do Detran de Mato Grosso do Sul (Sindetran-MS), Bruno Alves, teceu fortes críticas à proposta, afirmando que ela é apenas uma "manobra do Congresso para tapar o sol com a peneira". Em sua visão, a reforma ataca os servidores da base em vez de solucionar os verdadeiros problemas do Estado.

Para Bruno, o debate sobre a estabilidade do servidor precisa ser desmistificado. "A estabilidade do serviço público não é um direito ao servidor, e sim mais uma garantia à sociedade de que terão serviços públicos contínuos, universais e eficientes", defendeu. Ele argumenta que os defensores da reforma ignoram as ineficiências da gestão, que muitas vezes é comandada por "agentes políticos que nem sempre têm afinidade com o que está comandando".

Terceirização e precarização: a visão da categoria

O presidente do Sindetran-MS alertou para o perigo da terceirização, um dos pontos da reforma que, na visão dos sindicatos, pode precarizar o serviço público. Ele afirmou que a medida pode retirar as ferramentas de trabalho dos servidores para, em seguida, "entregar a monopólios e oligopólios da iniciativa privada para fornecimento dos mesmos serviços públicos ineficientes e mais caros à população".

Alves enfatizou que a sociedade precisa ouvir mais os servidores que estão na ponta, que, segundo ele, muitas vezes não conseguem prestar um serviço de mais qualidade por falta de condições impostas pela própria gestão. "Ao contrário do que se dizem de privilégios, na verdade a estabilidade e alguns direitos acessórios (...) é para cobrir as ineficiências administrativas", disse Alves, explicando que a falta de reajustes e a morosidade nas progressões de carreira são problemas que a reforma não aborda.

Ele concluiu que, ao contrário do que é divulgado, a proposta não irá beneficiar a população, "sobretudo a maioria dos mais pobres que dependem do Estado. Tendo que arcar com mais custo ou para pagar os lucros da iniciativa privada."