Diante das insistentes tentativas públicas pelo órgão em justificar suas irregularidades, necessários alguns esclarecimentos.

Em ação judicial, o Detran alegou que ao nomear servidores concursados para 50 cargos de chefia e direção, poderia fechar mais de 20 agências pelo interior do Estado. Com argumento falacioso conseguiu fugir ao cumprimento de uma decisão judicial, como aquele devedor caloteiro, que está há mais de 2 anos para ser cumprida.

Sem contar que de forma arbitrária interveio na redução de 40% dos cargos de chefia, direção e gerência exclusivos dos servidores concursados, passando a reserva de 50% para 30%, estimulando o cabide de emprego, tão conhecido no Detran/MS e já denunciado na imprensa e no MPE.

Não é novidade que essas indicações inclusive já ajudaram a colocar o Detran em diversos escândalos, como o do nomeado que era sócio oculto de uma ECV em Aquidauana/MS, o outro gerente que foi preso por envolvimento em esquema de CNH em Selvíria/MS, além do recente caso dos cancelamentos indevidos de multas em Campo Grande/MS.

Não bastasse isso, agora o Detran/MS, mais uma vez, justifica a sua ineficiência na gestão para a terceirização da vistoria, culpando e prejudicando os servidores pela falta de material, infraestrutura e prestação irregular do serviço.

Quando deixou, em 2017, vencer o contrato de vistoria eletrônica, também deixou de fiscalizar de forma eficiente os trabalhos das ECVs, não investiu na infraestrutura das agências (tem servidor que faz vistoria no meio da rua de terra, estado a fora), não fornece uniforme há mais de cinco anos, deixa acabar insumos básicos (tinner, estopas, etc.) e agora vem dizer que "terceirizar é melhor!"?

Existe um princípio no direito que reza: "ninguém pode se beneficiar da própria torpeza", mas parece que não é esse o espírito das gestões do Detran/MS. Elas invocam a sua incompetência administrativa para distribuir as atribuições do órgão aos empresários ávidos por lucros.

Enquanto cidadãos estamos cansados de pagar a conta da incapacidade alheia e do descuido dos gestores com a coisa pública. E, enquanto funcionários, estamos envergonhados e decepcionados de ver que esta é mais uma gestão que não tem em seu plano de trabalho a valorização do servidor da casa e do órgão público!

Quem não valoriza o cargo público que exerce, não é digno da posição que ocupa!