Neste sábado (22), o Sindicato dos Servidores do Detran (Sindetran-MS) realizou uma Assembleia Geral Extraordinária, na sede de campo, contando com a presença de dezenas de servidores Dourados, Paranhos e outras cidades do interior e da capital. Em votação, por unanimidade, os servidores decidiram aceitar o reajuste de 2,94%, com a condição de que o Governo do Estado estabeleça um calendário para as negociar as alterações nas tabelas do Plano de Cargos e Carreira (PCCR) do órgão. “O índice proposto pelo governo é pouco e não estamos satisfeitos, mas temos que concentrar nossas forças na luta pela alteração da nossa tabela do PCCR”, explicou o presidente do Sindetran-MS, Octacílio Sakai Junior.

O delegado do Sindetran-MS na Federação Nacional dos Sindicatos de Servidores dos Detrans Estaduais e do Distrito Federal (FETRAN) Emerson Tiogo explicou aos presentes que o Índice de Preço ao Consumidor (IPCA), que é usado para concessão de reajuste salarial chegou a 4% no último ano, mas o governo apresentou um reajuste de 2,94%, justificado pela crise financeira do país. “Se nos concentrarmos agora para aumentar esse reajuste, conseguiríamos no máximo mais 1,04%. Um valor baixo para o desgaste e tratativas que levam tempo. Temos que nos concentrar em negociar nosso PCCR, até o final de 2017”, enfatizou Emerson Tiogo.

 

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O assessor Jurídico do Sindetran-MS, Eliton Aparecido Souza de Oliveira lembrou que o IGPM e o IPCA, índices que compõem o reajuste, estão decrescendo a cada mês. “Com o passar do tempo a situação piora. Hoje com a recomposição inflacionária já não há ganho salarial”, comentou Eliton.

O também delegado do Sindetran-MS no FETRAN Marcelo Almeida ressaltou que na última assembleia, a proposta do governo era reajuste zero. “Hoje temos um índice baixo, não estamos satisfeitos, mas temos que nos dedicar às negociações das tabelas e para isso estamos estabelecendo um prazo até o final de agosto para que o governo nos apresente uma proposta, quanto as nossas tabelas”, explicou Marcelo.

Produtividade

Os servidores presentes na assembleia se manifestaram pedindo atuação do Sindetran-MS frente a algumas dificuldades. Entres as mais citadas, estava a grande quantidade de cargos comissionados que órgão possui. “Somos um cabide de comissionados. Muitos políticos do estado colocam seus apadrinhados em cargos no Detran. Inclusive de chefia, pessoas sem preparação nenhuma”, comentou uma servidora.

 

Outro questionamento dos servidores foi quanto à análise dos cálculos de produtividades. Segundo o secretário-geral do Sindetran-MS, Bruno Alves, o Dieese ainda não terminou o parecer sobre a produtividade, mas adiantou que os cálculos são realizados de maneiras diferentes a cada quadrimestre. “As tabelas são feitas corretamente no Detran, depois não há padrões nas informações segundo o Dieese. Entendemos com isso, a possibilidade de manipulação dos servidores com a produtividade”, criticou Bruno, que ainda prometeu que quando o parecer do Dieese estiver pronto, a produtividade será um ponto de batalha do Sindetran-MS.

Mais servidores para a luta

Mesmo com a aceitação do rejuste proposto pelo governo, a diretoria do Sindetran-MS fez questão que lembrar a todos os presentes que ainda haverá muita luta. “Teremos um calendário de manifestações, não descartamos paralisações. Neste momento estamos focados na negociação da nossa tabela, que foi prometida ao fim na nossa última greve. Estamos procurando negociar com o governo, mas não vamos descartar mais ações”, enfatizou Sakai.

 

Para isso, o Sindetran-MS ganhou um grande aporte: a colaboração e consultoria da servidora aposentada Aldeídes Américo Vieira Ferreira, que foi presidente da então Associação dos Funcionários do Detran (AFD). Aldeídes participou da assembleia e chamou os servidores aposentados e ativos para lutar pela categoria junto ao Sindetran-MS. “Tivemos nossos momentos de festa de confraternização e de luta. Precisamos do apoio de todos, todos que já saíram do sindicato devem voltar para nos unirmos. É com essa união que nos tornamos fortes e conseguirmos nossos direitos”, comentou Aldeídes.